Nos dias 27 e 28 de maio, aconteceu em Angueretá, distrito de Curvelo/MG, a primeira rodada de entrega dos resultados dos Estudos de Avaliação de Risco à Saúde Humana e Risco Ecológico (ERSHRE), ou devolutivas, como o Grupo EPA tem chamado essas reuniões. Esta etapa é a Finalização da Fase 1. Nesta fase o Grupo EPA realizou: levantamento, análise e validação de diversos dados já existentes; levantamento das preocupações da comunidade com a sua saúde; modelo conceitual da área, e apresentou o Plano de Investigação para a Saúde e Meio Ambiente.
Estes estudos são uma exigência dos órgãos públicos de saúde e de meio ambiente do Estado de Minas Gerais, em parceria com as Instituições de Justiça (IJs). Ao final, as pesquisas realizadas servirão para verificar a existência de riscos à saúde das pessoas e dos animais que possam estar associados às alterações ambientais causadas pelo rejeito derivado do rompimento das barragens da Vale.
É importante lembrar que os ERSHRE são executados pelo Grupo EPA (empresa de engenharia contratada para realizar os estudos) e custeados pela Vale. Assim, o Instituto Guaicuy não tem nenhuma vinculação com o Grupo EPA ou com a execução desses estudos, mas acompanha todas as etapas junto às pessoas atingidas.
Ressaltamos também que os documentos apresentados aqui são de responsabilidade do Grupo EPA. O Guaicuy não participou da realização do estudo nem elaborou os documentos com os resultados. A nossa função é garantir que todas as pessoas atingidas, sobretudo as que foram consultadas, tenham acesso aos resultados para participar do processo de reparação de maneira informada.
Assista ao vídeo de apresentação sobre os Estudos de Avaliação de Risco à Saúde Humana e Risco Ecológico (ERSHRE), produzido pelo Grupo EPA e apresentado nas reuniões.
Os resultados
Nas reuniões dos dias 27 e 28 de maio, o Grupo EPA apresentou os resultados dos estudos sobre as preocupações de saúde da comunidade que foram coletadas em reuniões e em questionários aplicados. O EPA afirmou, em todas as reuniões de devolutivas que esses materiais, bem como a ata das reuniões, seriam encaminhados para as lideranças.
De acordo com o EPA, as preocupações relacionadas ao receio de contaminação serão respondidas pelos Estudos de Avaliação de Risco à Saúde Humana e Risco Ecológico (ERSHRE). Já as outras preocupações, que não são relacionadas ao receio de contaminação, foram enviadas ao Gestor Público do Município para os devidos encaminhamentos, em atenção ao fluxo estabelecido pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
As reuniões para a realização da pesquisa envolveram as lideranças e os demais membros das comunidades, no período de 16/03 a 01/07 de 2022. Segundo o Grupo EPA, participaram das reuniões comunitárias 197 pessoas. As reuniões foram acompanhadas pelo Guaicuy e pela AECOM, que é a auditoria independente que acompanha o caso Brumadinho.
Veja abaixo o documento apresentado pelo Grupo EPA durante as devolutivas com a relação das preocupações levantadas nas comunidades.
Angueretá, Fazenda Peçanha, Sítio Vereda (Fazenda Conquista) / Curvelo
Cachoeira do Choro / Curvelo
Chácaras / Curvelo
Condomínio Encontro das Águas / Curvelo
Recanto do Piau / Pompéu
Novilha Brava e Campo Alegre / Pompéu
Assentamento 26 de Outubro / Pompéu
Assentamento PA Queima Fogo, Chácara Chórius, Faz. Pai Joaquim, Fazenda Chácara Dr. Oliveira, Fazenda Rio Velho / Pompéu
Fazendas Baú I, II e III, Fazenda Genipapeiro / Pompéu
Para visualizar melhor os documentos, faça o download das pastas que contém todos os resultados das comunidades de Curvelo e de Pompéu.
De acordo com o Grupo EPA, 42% das preocupações levantadas nas comunidades apontam o receio de contaminação, com relação:
• À água: para consumo humano e geral (rio Paraopeba, represa de Retiro Baixo, poços, cisternas, ribeirão, lençol freático, cachoeira, lagoa, bicas d’água e Copasa)
• Ao peixe: para consumo, comercialização e pelas alterações identificadas (carne, tamanho e redução da qualidade).
• Aos alimentos: para comercialização, consumo (ovos, leite, carne, hortaliças, frutas) e pelas alterações identificadas nas plantações/hortas, árvores e frutos.
• Aos animais domésticos: adoecimento, mortes e abortamentos (cachorro, galinha, porco, cavalo, gado).
• Ao solo: para plantações, pasto e pela identificação de alterações (ressecado e argiloso).
• Ao ar/poeira: aumento da poeira (trânsito e lama após enchente) e comprometimento da qualidade do ar.
• Ao meio ambiente: alterações no ambiente observadas em insetos, animais silvestres, na vegetação e na terra.
• Ao rejeito/lama: presente na água, no solo e na lama das enchentes, provocando ampliação das áreas atingidas.
Veja aqui o folder disponibilizado pelo Grupo EPA nas reuniões de devolutivas
Mais informações sobre os Estudos de Avaliação de Risco à Saúde Humana e Risco Ecológico (ERSHRE), entre em contato pelos canais:
Whatsapp: (11) 94535-9997
Telefone: 0800 878 8397
E-mail: sac@grupoepa.com.br
Site: www.grupoepa.com.br/contato