Documento inclui relatório sobre entrevistas com lideranças, oficinas e cursos realizados, análise crítica do conteúdo do Plano Arcadis e uma carta-manifesto com 1.140 assinaturas das pessoas atingidas pelo rompimento da barragem da mineradora
O Instituto Guaicuy entregou, nesta quarta-feira (21/12), às Instituições de Justiça, documento com informações sobre o Plano de Reparação Socioambiental da Bacia do Paraopeba e da região da Represa de Três Marias (“Plano Arcadis”). O relatório integra o chamado “Produto K”, que aborda as percepções e demandas da população atingida no que tange à reparação do meio ambiente.
Esse documento foi solicitado pelas Instituições que representam as comunidades prejudicadas pelo desastre-crime da mineradora na Justiça (Defensoria Pública de Minas Gerais, Ministério Público de MG e o Ministério Público Federal) , por meio de um ofício, para as três Assessorias Técnicas Independentes que dão suporte às vítimas da Bacia do Paraopeba, da região da represa de Três Marias e das comunidades atingidas de São Gonçalo do Abaeté e Três Marias que são banhadas pelo Rio São Francisco (Guaicuy, Nacab e Aedas).
No ofício, as Instituições de Justiça apontaram uma série de processos que deveriam ser realizados e, para comprovar o cumprimento dessas atividades, solicitaram também a entrega de uma série de produtos. Desde o recebimento do ofício, em maio de 2022, a equipe do Guaicuy tem trabalhado arduamente para realizar as entregas dentro do prazo. Alguns dos documentos foram entregues em junho e o Produto K foi entregue nesta quarta-feira (21/12) para as Instituições de Justiça mencionadas.
O documento é fruto de uma série de atividades promovidas pelo Instituto Guaicuy nas Regiões 4 e 5 do Rio Paraopeba e da Represa de Três Marias, tais como entrevistas estruturadas com lideranças comunitárias, dez oficinas presenciais (realizadas nas comunidades de Frei Orlando, Encontro das Águas, Ribeiro Manso, São José do Buriti e Angueretá) e cinco módulos de um Curso Virtual de Educação Ambiental, além de quatro encontros presenciais, que abordaram o tema da reparação ambiental.
Ao longo dessas oficinas, foi elaborado, pelos próprios participantes do curso, uma Carta-Manifesto intitulada “Qual plano de reparação queremos?”, que foi entregue às Instituições de Justiça, na qual as pessoas atingidas exigem o direito de participação na elaboração e monitoramento do Plano de Ambiental, bem como a inclusão da Região 5 nos projetos de recuperação.
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