Guaicuy aumentou em mais de 200% o número de comunidades atingidas pelo rompimento da Vale identificadas no território assessorado

Ministério Público de Minas Gerais havia identificado 34 comunidades nas Regiões 4 e 5. Hoje. são mapeadas 109 comunidades no Baixo Paraopeba, Represa de Três Marias e Rio São Francisco 

Desde o início de 2020, quando começou os trabalhos como Assessoria Técnica Independente das Regiões 4 (Curvelo e Pompéu) e 5 (Felixlândia, Três Marias, São Gonçalo do Abaeté, Paineiras, Biquinhas, Abaeté, Martinho Campos e Morada Nova de Minas), o Guaicuy identificou dezenas de comunidades atingidas pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho que não estavam previstas no levantamento inicial do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). 

Mapa de comunidades atingidas no Baixo Paraopeba e a região da represa de Três Marias

Esse reconhecimento foi fundamental para que milhares de pessoas pudessem ter acesso a informações sobre os seus direitos de reparação. “A maior importância da identificação de novas comunidades é as pessoas atingidas estarem dentro da luta, do processo de reparação. Muita gente não sabe bem quais os seus direitos e esse é um dos principais papéis do Guaicuy: oferecer a participação informada”, analisa Paula Brasil, responsável pelo georreferenciamento e mapeamento das comunidades.

 Inicialmente, o MPMG havia identificado 11 comunidades na Região 4 e 24 comunidades na Região 5. Após os trabalhos de reconhecimento do Guaicuy, hoje 109 comunidades são reconhecidas como atingidas no território assessorado. Esses números representam um aumento de 211% na quantidade total de comunidades assessoradas. 

Desafios O trabalho não foi fácil. Ainda no período da pandemia, profissionais do Instituto seguiram para loteamentos e comunidades que identificavam por meio de mapas e imagens de satélites para, ali, realizar o primeiro contato com muitas pessoas atingidas. “Isso é o que chamamos de campo de reconhecimento. A gente olhava no mapa e pegava a estrada. Chegando lá, conseguíamos algumas informações básicas, como estimativa de população”, explica Brasil. 

A pandemia de Covid-19 dificultou ainda mais o trabalho. “Precisou ser mais lento e trabalhoso [o reconhecimento]. Durante um tempo, quando a situação estava muito grave, os campos foram suspensos e, mesmo depois, nós tínhamos dificuldade de conversar com as pessoas. Não podia apertar a mão, tomar café e essas coisas prejudicam a aproximação”, lembra a profissional. 

A grande extensão territorial, principalmente na Região 5, foi outro ponto que aumentou a dificuldade da missão de levantar novas comunidades atingidas. Algumas delas estão há quase 3 horas de viagem dos escritórios regionais do Guaicuy, como é o caso da Ilha do Silga, no município de Três Marias. 

Novas identificações Com o alívio da pandemia e a vacinação dos trabalhadores do Guaicuy, foi possível destinar equipes de campo para continuar as identificações com protocolos mais elaborados e, com o passar do tempo, as próprias pessoas atingidas começaram a procurar o Instituto para pedir a inclusão de suas comunidades no levantamento. 

Mapa interativo 

Todas as comunidades reconhecidas na área de atuação do Guaicuy no caso Paraopeba, estão sinalizadas em um mapa interativo que pode ser acessado por qualquer pessoa. O mapa apresenta as localidades identificadas e mostra qual a região de cada uma delas.

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