A fase de entrevistas da Pesquisa Domiciliar chega ao fim. Ela começou em novembro de 2021 e foi realizada nas comunidades das regionais de Felixlândia e Morada Nova de Minas.
O objetivo do estudo é identificar danos sociais, econômicos, ambientais e culturais provocados pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, ocorrido em janeiro de 2019. “Além disso, a pesquisa coleta informações cadastrais que permitem compor o perfil populacional que pode vir a subsidiar ações estratégicas do Instituto. O que permite uma leitura qualificada do território, distinguindo as diferentes realidades que o compõem”, confirma a coordenadora de Ciências Sociais do Instituto Guaicuy, Gabriela Fernandez.
As entrevistas foram realizadas por técnicos do Instituto Olhar, empresa contratada pelo Guaicuy para realização da pesquisa. Eles estiveram em 48 comunidades e aplicaram mais de 2100 questionários. Algumas entrevistas também foram feitas por telefone.
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O trabalho de campo na fase de entrevistas da Pesquisa Domiciliar
Alguns desafios foram encontrados pelas equipes que estiveram em campo para a realização do estudo. Houve dificuldades nas estradas devido ao período de fortes chuvas em Minas e algumas comunidades esvaziadas, em função do período da Piracema.
Apesar disso, as pessoas que participaram concordaram com a importância desse estudo para as comunidades. “Achei muito importante, porque mostra que o Instituto Guaicuy está realmente preocupado com as pessoas atingidas. Também é importante para saber mais sobre cada um do nosso lugar”, conta a morada de Vau das Flores, comunidade de Morada Nova de Minas, Nilcéia Ferreira de Souza.
Para Michelle de Paula, analista de pesquisa em Ciências Sociais do Guaicuy, a realização da Pesquisa Domiciliar possibilita ainda uma caracterização do território. Com ela construída a partir de uma metodologia bem estruturada de amostragem. O que é um “grande ganho pro Instituto Guaicuy no trabalho que está se propondo a fazer com as comunidades atingidas”, afirma.
Nedina Soares Pereira, analista da Equipe de Gestão e Mobilização Territorial, conta que algumas pessoas ainda têm dúvidas se foram prejudicadas, atingidas ou não. Ao responder o questionário, elas puderam se perceber mais claramente no processo. Além de conseguirem refletir sobre o quanto o rompimento interferiu no próprio cotidiano, dos vizinhos e da comunidade. “É uma oportunidade de as pessoas atingidas serem ouvidas em seus espaços, nos locais em que moram e onde foram atingidas pelo rompimento da barragem”, confirma.
Os próximos passos
Após a aplicação dos questionários, o estudo segue para as fases de consolidação, análise e documentação dos dados coletados. “Com as informações organizadas, diversas demandas internas por informações podem ser atendidas. Um exemplo são as estimativas populacionais e relatórios sistematizados de danos que poderão ser utilizados na Matriz de Danos. Sempre com atenção aos desafios para a reparação integral”, explica a coordenadora Gabriela Fernandez.
A fase de entrevistas da Pesquisa Domiciliar chegou ao fim, mas o estudo segue. Quer saber mais sobre o assunto? Clique aqui e conheça a página exclusiva sobre a Pesquisa Domiciliar!