Em live, pessoas atingidas exigem protagonismo e cobram participação em negociações e acesso a termos de acordo proposto pelo Estado de MG à Vale

Pessoas de toda a bacia do Paraopeba participaram de live organizada pelas Instituições de Justiça nesta terça-feira; representante do Estado de Minas falou sobre acordo proposto pelo governo à Vale

Em encontro virtual realizado nesta terça-feira (10/11), moradoras e moradores das cinco regiões afetadas pelo rompimento da barragem da Vale reivindicaram acesso a termos de acordo apresentado pelo Comitê Pró Brumadinho (Governo do Estado) e também cobraram participação efetiva e poder de decisão no processo de reparação integral dos danos e nas negociações.

Os objetivos do acordo foram apresentados pelo coordenador do Comitê Pró Brumadinho e representante do Estado, Luís Otávio Milagres de Assis. No entanto, a íntegra do acordo não foi disponibilizada e a contraproposta da Vale segue em segredo de Justiça desde o dia 4 de novembro, após determinação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). 

Após a apresentação de Assis, pessoas de todas as regiões atingidas criticaram a forma como o acordo está sendo conduzida e relataram os danos causados pelo rompimento da barragem. “Quero falar desse ‘acórdão’, porque se não há a participação efetiva de nós que somos vítimas deste acordo, eu não respeito este acordo. Vimos o que aconteceu com o acordo fechado sem a participação dos atingidos no Rio Doce, e nós estamos caminhando nos mesmos passos”, disse Eliana Marques, pescadora de Cachoeira do Choro (Curvelo).

O evento foi organizado por Defensoria Pública de Minas Gerais, Ministério Público de Minas Gerais, Ministério Público Federal e por outras Instituições de Justiça que representam as pessoas atingidas no processo coletivo. O encontro também contou com a participação de representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) que apresentaram o Programa Social de Direito à Renda para a Bacia do Paraopeba.

A live foi transmitida no canal do Youtube da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e pode ser vista, na íntegra. Mais de cinco mil pessoas assistiram à transmissão ao vivo, com a forte participação de pessoas atingidas nos comentários do chat e nas perguntas feitas para as Instituições de Justiça, reforçando o desejo das pessoas atingidas por informações e participação nas decisões sobre a reparação dos prejuízos causados pelo desastre.

Clique para acessar o vídeo da transmissão, na íntegra.

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