Em assembleia, Guaicuy e comunidades de Pompéu e Curvelo constroem proposta para novos critérios de pagamento emergencial

Um indicativo dos danos sistêmicos causados aos moradores do baixo Paraopeba após o rompimento da Barragem da Vale no Complexo Minerário do Córrego do Feijão foi discutido coletivamente nesta quarta-feira (2). Durante a “Assembleia Guaicuy – Devolutiva DRP Emergencial”, liderada pela equipe de Mobilização e Metodologias Participativas do Instituto, moradores de Angueretá, Cachoeira do choro, Encontro das águas, Queima fogo e Chácara Chórius, Recanto do laranjo, Fazendinhas Baú e Recanto do Piaui se reuniram para debater novos critérios para o auxílio emergencial, que serão apresentados à Justiça. O encontro faz parte do projeto de Assessoria Técnica Independente (ATI), realizado pelo Guaicuy nas áreas do baixo Paraopeba e entorno de Três Marias.

O encontro permitiu avaliar, junto com as comunidades, o levantamento inicial dos danos causados pelo desastre e definir o que os presentes consideram critérios mais justos para o pagamento do Auxílio Econômico Provisório. A partir de outubro, ele irá substituir, o pagamento emergencial pago pela Vale.  

A Assembleia faz parte do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), uma pesquisa ação que foi desenvolvida pelo Instituto Guaicuy, ao longo dos últimos meses, e que permitiu compreender os conflitos e potencialidades dos territórios, a partir da visão de quem vive neles.

Cerca de 150 pessoas participaram da reunião de ontem, entre moradores, integrantes do Instituto, representantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e da PUC Minas, escolhida como Coordenação Metodológica Finalística das ATIs. A equipe do Guaicuy apresentou a síntese do trabalho feito a partir dos DRPs , que sistematiza os danos revelados pelas comunidades e propostas de novos critérios de definição de quem deve receber o auxílio emergencial. A comunidade participou ativamente de todo o processo, avaliando e votando pela aprovação do documento. 

Hoje, quinta-feira (3), a Assembleia continua com os moradores do entorno da represa de Tres Marias. Após finalizar as devolutivas com a comunidade, o Guaicuy vai enviar as sugestões de mudanças para o Ministério Público e para a Defensoria Pública, para que as determinações sejam revistas pelo juiz. 

Esse levantamento de novos critérios é apenas um dos passos rumo à reparação integral.  O Guaicuy e as comunidades seguirão em diálogo constante na luta pela reparação integral dos direitos violados com o rompimento.

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