A Defensoria Pública do estado de Minas Gerais, representada pela defensora Carolina Morishita, realizou visitas técnicas nas comunidades das regiões 4 e 5 nos dias 01 a 3 de junho. O objetivo das visitas, que contou com o apoio do Guaicuy, foi aproximar das comunidades e viabilizar um momento de escuta e diálogo, buscando acompanhar mais de perto a situação das pessoas atingidas. Dos encontros surgiram vários encaminhamentos endereçados pelas comunidades para a Defensoria Pública.
As comunidades que receberam a visita técnica da Defensoria Pública de Minas Gerais foram: Assentamentos PA Queima Fogo e Chácara Chórius, Fazendinhas Baú, Martinho Campos (Povo Kaxixó) e Pontal do Abaeté e Cachoeira do Choro, onde a comunidade vem enfrentando problemas quanto ao acesso qualidade da água, uma vez que o poço de abastecimento fica próximo ao rio Paraopeba.
Na reunião com a Defensora, as pessoas relataram inconstância no fornecimento de água e diferença na coloração e cheiro, o que gera insegurança quanto ao consumo, dentre outras questões no âmbito da reparação de danos decorridos do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho.
Nesse sentido e visando o acesso à informação sobre a água que todas as comunidades atingidas pelo rompimento consomem via Copasa, a Defensoria enviou ofício ao órgão solicitando acesso à informação da qualidade de água nas regiões 4 (Curvelo e Pompéu) e 5 (Três Marias, Felixlândia, São Gonçalo do Abaeté, Morada Nova de Minas, Abaeté, Paineiras, Biquinhas e Martinho Campos).
No ofício, datado de 29 de julho de 2022 e endereçado ao presidente da Copasa, a Dra. Carolina Morishita menciona a insegurança das pessoas atingidas quanto à qualidade da água consumida pela população e as dúvidas sobre o monitoramento e análises.
No documento constam também pedidos de informações sobre canais institucionais para que a população tenha acesso aos dados de análises de água realizadas pela Copasa , e um questionamento sobre a possibilidade de técnicos da companhia de saneamento apresentarem dados específicos de cada uma das localidades em reuniões comunitárias. Até o momento não houve resposta ao ofício.
Os relatos de insegurança quanto à qualidade da água não são novidade. O Guaicuy vem trazendo relatos ao longo do tempo sobre a crise da água no pós rompimento, confira aqui e aqui e leia mais no site da ATI.
O Guaicuy lembra que a água é um direito humano básico e que a insegurança hídrica compromete gravemente a vida das pessoas, dos animais e atividades que dela dependem, impactando também na economia.
Reiteramos que o Guaicuy segue ao lado das pessoas atingidas e se compromete a publicar a resposta da Copasa para as comunidades tão logo tenha ciência e acesso ao documento.