O que será feito para avaliar os impactos nas águas, solos e peixes?

Com o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, estima-se que foram despejados entre 11,7 e 13 milhões de metros cúbicos de rejeito da mineração.

O rompimento da barragem em Brumadinho, gerou impactos e danos que são percebidos de diferentes formas em toda a bacia do Rio Paraopeba e nas comunidades do entorno do Reservatório de Três Marias. Criou-se insegurança e imprecisão sobre como o rompimento afetou a água superficial, as águas subterrâneas, o solo e as comunidades aquáticas. 

Desde o primeiro contato do Guaicuy com as pessoas atingidas, foi manifestada a necessidade de geração de dados independentes, tecnicamente fundamentados, e que permitam a assessoria e os atingidos entenderem os reais impactos do rompimento para os sistemas ambientais das áreas 4 (Pompéu e Curvelo) e 5 (São Gonçalo do Abaeté, Felixlândia, Morada Novas de Minas, Biquinhas, Paineiras, Martinho Campos, Abaeté e Três Marias).

Confira o vídeo sobre a divisão das áreas que serão analisadas:

Para alcançar esses dados independentes, serão feitas análises por laboratórios que serão selecionados pelo Guaicuy, garantindo independência de análise e certeza de resultados. Todos os laboratórios a serem contratados possuem experiência, certificações e são acreditados pelo INMETRO para os serviços contratados.

Confira a apresentação da metodologia usada para as análises ambientais.

Quais as análises serão feitas?

O Instituto Guaicuy vai fazer quatro tipologias de análises, que serão dialogadas e discutidas em conjunto com as pessoas atingidas:

Solos e sedimentos:

Será realizada a análise em solos que têm influência direta do rio e do reservatório. Em relação aos sedimentos, a coleta será iniciada nos sedimentos que estão na margem do rio e do reservatório e, depois, quando considerado necessário, será realizada a coleta de sedimentos de fundo para os cursos d’água e para os reservatórios. Serão monitorados diversos parâmetros, mas sempre com o destaque para a presença de Ferro, de Alumínio, de Manganês e outros metais e parâmetros considerados de relevância para o entendimento dos impactos gerados.

Água subterrânea (poços e cisternas)

As análises de água subterrânea irão iniciar em lugares próximos ao rio que utilizam aquela água para consumo humano. Além de analisar a água dos poços e cisternas, também será feita a análise da água servida, ou seja, da água que sai da torneira e que é diretamente consumida pela população.

Água superficial (rio, lagoa e represa)

As análises de água superficial serão feitas em 28 pontos de forma sistemática, ou seja, serão monitorados periodicamente, o que não impede que novos pontos sejam adicionados a partir de demandas das comunidades.

Comunidades aquáticas (desde peixes até microrganismos)

As análises serão focadas nas alterações das comunidades aquáticas a partir do rompimento da barragem e realizadas em 28 pontos. Uma das principais preocupações dos técnicos do Guaicuy é em relação a presença de metais pesados neste ambiente, já que esse tipo de substância vai se acumulando ao longo da cadeia. A ingestão de metal pesado, comendo um peixe que esteja contaminado, por exemplo, não gera consequências imediatas. Os efeitos na saúde levam anos para se manifestar e causam problemas sérios nos órgãos internos.

Confira o vídeo explicando a contaminação por metais pesados:

É possível incluir outras análises?

Além das análises apresentadas acima, também é possível que sejam incluídas novas análises. As pessoas e comunidades atingidas podem propor novas questões específicas para análise, bem como os técnicos do Guaicuy podem avaliar que são necessários novos diagnósticos pontuais ou sistemáticos (que serão recorrentes em um ponto específico).

Confira o vídeo com resumo das análises que serão feitas:

Como acompanhar os resultados?

Vamos acompanhar as análises durante os próximos 14 meses, divulgando mensalmente relatórios com novas informações. Os relatórios estarão disponíveis no nosso site e as informações serão discutidas com as comunidades atingidas por meio de rodas de conversa.

*Os vídeos foram gravado durante a roda de conversa realizada pelo Instituto Guaicuy no dia 29/08.