Chuvas em Minas Gerais: Boletim IV

As emergências causadas pelas chuvas continuam no estado de Minas Gerais e seguimos alertas às situações de risco nas comunidades. Confira o quarto boletim do Instituto Guaicuy, publicado no dia 13 de janeiro

As chuvas que vêm causando danos em quase metade dos municípios mineiros deram uma trégua nos últimos dias. No entanto, apesar da redução do volume pluviométrico, ainda são muitas as consequências das tempestades que causaram alagamentos e deslizamentos de terra pelo estado, dentre outros estragos que deixaram populações inteiras ilhadas em suas cidades. 

O Instituto Guaicuy coletou informações a respeito dos impactos das chuvas na região do Baixo Paraopeba e da Represa de Três Marias, e traz, pelo quarto dia, o boletim atualizado para a população. Confira!

Falta energia elétrica e água potável na Aldeia de Fundinho (Martinho Campos). Foto: Acervo pessoal

Pompéu e Aldeias Kaxixó

A Aldeia Fundinho segue com parte de suas residências alagadas. Até ontem (12), os coordenadores de campo do Instituto Guaicuy receberam relatos de que pelo menos quatro famílias estavam desalojadas e migrando seus bens para casas da aldeia em terreno mais elevado. Os moradores relatam que hoje falta energia elétrica e também água potável do lado de Fundinho.

Uma das lideranças locais informou que o nível do Rio Pará continua elevando e que há preocupações na comunidade sobre a liberação da água de rios conectados tanto ao Rio Pará, quanto à Usina Carioca — que está sob risco de rompimento. Os acessos às aldeias estão sendo realizados por barco a motor.

Abaeté, Quintas do Abaeté e Balneário Mangaba

Bairros nas proximidades do Ribeirão Marmelada seguem alagados por mais de um metro dentro das residências. Algumas famílias precisaram evacuar a área e ao menos três precisaram buscar abrigo em uma creche. As autoridades locais ainda não informaram o número de casas invadidas pela água. 

De acordo com informações passadas pelo secretário de assistência social de Abaeté Rossini Curi Gontijo não há riscos envolvendo o aterro do Perrella. Ele afirmou ter ido até o local e registrado que não há alagamentos nem nenhum outro tipo de situação que possa colocar as comunidades em risco. 

Em Quintas do Abaeté e Balneário Mangaba a água que verteu do Aterro dos Perrella não chegou a atingir as casas e não é mais uma preocupação dos moradores. Já a represa de Três Marias segue sendo motivo de aflição, já que o nível da água da represa e dos aterros do entorno segue alto.

Morada Nova

Em Cacimbas, a situação da estrada de terra prejudicou severamente a circulação de automóveis. Um dos produtores locais chegou a perder aproximadamente mil litros de leite em um dia, por não conseguir escoar a produção.  Os moradores também informaram que não conseguem transportar ração animal para dentro do povoado.

Frei Orlando está em isolamento pela condição das estradas. Com a situação precária das águas dos poços no local, a comunidade tem que buscar água mineral em outras localidades, mas ainda não relataram desabastecimento.

Em Campo Alegre, há dificuldades no acesso ao local e  problemas na energia que liga a bomba que distribui a água de toda a comunidade há três dias. Os moradores precisaram passar a buscar água diretamente na Represa de Três Marias.

UHE Retiro Baixo

A Usina Hidrelétrica Retiro Baixo segue informando sobre a abertura das comportas. A empresa afirmou que hoje, pela parte da manhã, a vazão foi alterada de 2.300 m³/s para 2.500 m³/s e ressaltou a importância de que a população evite a proximidade às margens do Rio Paraopeba. De acordo com a UHE, ainda hoje, às 17h, haverá um novo aumento da vazão para 2.700 m³/s.

Informações da CEMIG 

A CEMIG informou ontem (12) que, com a redução das chuvas nos próximos dias, é esperado que as vazões dos afluentes do Rio São Francisco comecem a diminuir. Assim, será dado início a abertura das comportas da Usina Hidrelétrica Três Marias a partir da sexta-feira (14). A CEMIG afirmou que a medida não deverá agravar a condição da cheia neste trecho.

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