Na última quinta-feira (07) representantes de entidades públicas, pessoas atingidas e Assessorias técnicas se reuniram em oficina para discutir a saúde mental no pós-rompimento da barragem em Brumadinho.
Participaram da oficina representante da Coordenação Estadual de Saúde do Estado de Minas Gerais, representantes das Superintendências Regionais de Saúde (SRS), gestores municipais, pessoas atingidas, e as Assessorias Técnicas Independentes (Aedas, Guaicuy e Nacab) que atuam ao longo da bacia do Paraopeba e região do Lago de Três Marias. O encontro aconteceu de forma virtual.
De forma simultânea, os representantes de cada uma das instituições citadas se dividiram em três salas. Assim, foi possível falar especificamente dos problemas que as pessoas atingidas e as Assessorias Técnicas Independentes (ATIs) vêm enfrentando para acessar os serviços públicos de saúde.
O objetivo da reunião foi de ressaltar aos gestores públicos as dificuldades de acesso, mas principalmente de estabelecer fluxos para minimizar as lacunas entre atingidos e os serviços públicos. Desta forma, acredita-se que o encontro deve surtir efeito para auxiliar as pessoas atingidas que tem essas demandas, a acessarem os equipamentos públicos.
Agravos na saúde mental no pós-rompimento da barragem
Após o rompimento da barragem, muitos são os casos de surgimento e agravos de transtornos e sofrimento mental que são relatados às ATIs pelas pessoas atingidas que vivenciam no dia a dia os impactos do desastre, que alterou de forma significativa a vida das pessoas.
Tristeza, ansiedade, medo, pânico, depressão são relatos recorrentes que junto aos demais impactos como no trabalho e na renda, na cultura, esporte, lazer e turismo da região, na segurança alimentar e nutricional, nos modos de vida e projeto de vida afetam a saúde física e mental das pessoas dos territórios atingidos.
Vale lembrar que a equipe de acolhimento do Guaicuy tem contribuído no levantamento destes danos. A equipe registrou que 60% das pessoas atendidas relataram o sentimento de tristeza após o rompimento da barragem. Sentimentos como angústia, ansiedade e raiva apareceram em 50% dos atendimentos.
Próximos passos
As discussões nas três salas renderam encaminhamentos na tentativa de gerar um ambiente de melhor acolhimento às pessoas atingidas. Dentre os encaminhamentos finais, decidiu-se manter encontros periódicos para continuar a tratar do monitoramento das demandas e ações. Além disso, encaminhou-se a criação de um Grupo de Trabalho de Saúde Mental com representação dos municípios da calha do Paraopeba, pessoas atingidas e ATIs.
Você é atingido ou atingida e quer saber mais sobre saúde mental no pós-rompimento da barragem? Entre em contato com a sua ATI. O Guaicuy oferece acolhimento em saúde e assistência social e está de portas abertas para atendimento presencial, por telefone ou vídeo-chamada.