Acolhimento do Guaicuy oferece orientações e escuta às pessoas atingidas sobre danos do rompimento

Escutar, orientar, buscar encaminhamentos, compreender a dimensão dos danos. Estes são alguns dos objetivos da Equipe de Acolhimento do Guaicuy, com profissionais das equipes de Direitos, Ciências Agrárias e Saúde e Assistência Social. São 4 unidades móveis (vans) que percorrem as localidades assessoradas pelo Guaicuy (em Pompéu, Curvelo e região da represa de Três Marias) para realizar os atendimentos. Desde 2020, o Acolhimento do Guaicuy oferece orientações e escuta às comunidades atingidas e prejudicadas.

As vans do acolhimento realizam atendimento presenciais nas comunidades. Veja nas imagens a seguir:

Os atendimentos também podem ser feitos de forma virtual, seja por telefone, WhatsApp ou videochamada. Desde 2020, já foram feitos mais de 1000 (mil) atendimentos. De acordo com o dicionário, acolher é: Dar ou receber refúgio, abrigo; Receber junto de si. É desta forma, que a equipe de Acolhimento se dispõe receber as pessoas atingidas ou prejudicadas que buscam informações sobre a reparação integral.

Acolhimento do Guaicuy ajuda no levantamento de danos

Todos os danos relatados durante os acolhimentos serão organizados em um documento chamado Matriz de Danos. Este documento também irá incluir outros levantamentos feitos pela Assessoria Técnica Independente em conjunto com as pessoas atingidas. 

A Matriz de Danos deve servir como instrumento para que as pessoas atingidas possam visualizar os danos que sofreram individualmente e os seus respectivos valores e assim buscar uma indenização mais justa.

Além disso, os atendimentos podem orientar sobre a melhor forma de se resguardar e documentar situações e perdas que possam ser reparadas no futuro.

Conheça mais sobre:

Acolhimento em Direitos 

Segundo Ana Clara Costa, coordenadora da equipe de Acolhimento de Direitos, as principais dúvidas das pessoas atingidas são sobre a indenização individual e os projetos previstos no acordo assinado entre Vale e Poder Público (como o Programa de Transferência de Renda – PTR).

Em Pompéu e Curvelo, as questões mais recorrentes envolvem os problemas em relação ao fornecimento de água e Pagamento Emergencial (que são obrigações da Vale já definidas na Justiça, chamadas de medidas emergenciais). 

“O processo coletivo tem muitas discussões ao mesmo tempo e alguns avanços já concretizados, com muita linguagem jurídica  envolvida. No acolhimento, nos comprometemos a fomentar a autonomia e liberdade da pessoa atingida para que faça as suas escolhas no seu melhor interesse”, diz Ana Clara. 

Acolhimento em Ciências Agrárias 

O acolhimento com técnicos das Ciências Agrárias surge com a necessidade de responder às dúvidas das famílias atingidas sobre os danos aos sistemas produtivos e suas cadeias de valor. Além disso, visa dialogar sobre a segurança alimentar, a pesca artesanal e as mais diversas atividades desenvolvidas pela agricultura familiar após o rompimento da barragem da Vale. 

“Durante as conversas com as pessoas atingidas procuramos aproximação para construção de rede de apoio e facilitar encaminhamentos para os órgãos responsáveis”, afirma o coordenador da equipe, Filipe Ribeiro.

As principais dúvidas das comunidades em Pompéu e Curvelo para a equipe de Agrárias, está relacionada à criação de gado, alimentação animal, produção de leite e derivados. Já nas comunidades da região do lago de Três Marias há muitas dúvidas relativas à endividamento, perda de investimento e renda, além de questões sobre a piscicultura. 

Acolhimento em Saúde 

O acolhimento em Saúde e Assistência Social visa ser um local seguro de escuta ativa sobre os diversos impactos, seja na saúde física ou emocional.

Segundo Paula Campos, coordenadora da equipe “Não se trata de atendimento clínico, mas de proporcionar acolhimento e dar visibilidade aos danos à saúde e à proteção social dos atingidos pós-desastre, contribuindo para a redução de sofrimentos e/ou fortalecimento de laços com a rede de serviços de saúde e socioassistencial dos municípios (articulação de redes)”.

A equipe registrou que 60% das pessoas atendidas relataram o sentimento de tristeza após o rompimento da barragem. Sentimentos como angústia, ansiedade e raiva apareceram em 50% dos atendimentos. Isto acontece devido às profundas transformações nos modos de vida, na perda de renda e na insegurança no uso da água e alimentação. Outro dado é que 54,9% dos casos atendidos relatam que a insegurança alimentar piorou

Sobre a saúde física, os principais relatos envolvem questões dermatológicas, hipertensão arterial e gastrointestinais. Entre aqueles que apresentam queixas sobre questões relacionadas à pele e questões gastrointestinais, mais de 50% moram perto do rio ou da represa. 

Para os atendimentos presenciais o agendamento é obrigatório para evitar aglomerações e respeitar os protocolos de segurança contra a covid-19. Acolhimento do Guaicuy oferece orientações e escuta. Quer saber mais? Entre em contato:  (31) 9 7102-5001.

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