Encontro Cultural reúne artistas e produtores culturais da região do Lago de Três Marias para refletir sobre o cenário após rompimento e pandemia

O tempo presente é grande e cheio de possibilidades! A história é feita agora. Para os brincantes da cultura popular da Região do Lago de Três Marias “Nossa geração está criando raízes, escrevendo história agora”. São palavras fortes que partiram do Encontro Cultural que aconteceu, de forma virtual, na última quinta-feira (29), com artistas e produtores culturais de Felixlândia e Três Marias. 

A noite foi de lembranças do passado que tomam viço no presente. Três Marias é uma cidade jovem, mas de tradição enraizada que vem desde que Andrequicé abrigava entre tropeiros e ciganos. Hoje a maior festa regional é a Festa do Manuelzão, em homenagem ao homem que emprestou sua vida ao personagem de Guimarães Rosa. A festa já existe há 20 anos, mas hoje sente a instabilidade causada pelo rompimento da barragem e agravada pela pandemia de Covid-19

A Festa do Manuelzão em Três Marias traz atrações variadas como artista do circo, dança folclórica, dança cigana, pastorinhas, sarau de poesia, carro de boi e muita literatura. Isso sem falar das bordadeiras que bordam a história local e seus personagens. Tudo quanto é da cultura sertaneja lá tem se reunindo cultura contemporânea. 

Os presentes na roda falaram também que Felixlândia e Três Marias são conhecidas por grandes festas religiosas. Como é o caso do Jubileu de Nossa Senhora da Piedade, em Felixlândia, conhecido como Festa de agosto. Esta manifestação de fé reúne a cultura local nas barraquinhas de artes, artesanato e comidas típicas. 

Encontro Cultural discute danos ao setor 

A vida sertaneja se mistura com muitas faces, a arte de cultivar na terra é tirar dela significado e sustento. Isso é o que revelou na roda uma das moradoras locais. Artista plástica e artesã não deixava uma goiaba escapar para fazer seus doces, vendia ovos e galinhas para os pescadores e assim ia possibilitando a vida, entre suas artes e venda de produtos caseiros. Mas o rompimento da barragem chegou e distanciou os pescadores que movimentavam a pequena economia local. 

Este cenário pós-rompimento aliado à pandemia de covid-19 deslocou famílias que antes viviam de sua interação com a natureza nos sítios e ranchos para a cidade. Segundo artistas e produtores culturais presentes no encontro este cenário também atingiu os festejos e festividades culturais

Segundo os relatos, as pessoas vinham de muitas cidades para prestigiar as festividades, a arte e a cultura, mas também interessadas nos passeios e banhos que os rios e represas proporcionam. Os passeios de barco, a pesca esportiva ou mesmo um banho refrescante, eram atrações paralelas nos dias de festividade, mas com as notícias na mídia de uma possível contaminação, acabou afastando os visitantes. Produtores culturais apontaram que o público diminuiu mesmo antes da pandemia de covid-19. 

O Encontro Cultural  na região do Lago de Três Marias foi importante momento para levantar esta discussão. Fiquem atentos e atentas pois em breve haverão encontros presenciais, mantendo todos os cuidados de prevenção contra a covid-19. 

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