Consultoria apoia Guaicuy na construção da matriz de danos com as pessoas atingidas

Com experiência de mais de 20 anos com comunidades atingidas, ATEMAB/UFRRJ participa da capacitação dos profissionais do Instituto Guaicuy para elaboração de documento que embasará o valor das indenizações que cada pessoa ou família receberá para compensar as perdas com desastre da Vale 

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O que é a matriz de danos e para quê serve?

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A matriz de danos é um documento que apresenta, em forma de tabela, as perdas e prejuízos que as pessoas atingidas relataram ao Guaicuy e às Instituições de Justiça. Ela tem o objetivo de fundamentar o valor das indenizações que cada pessoa ou família receberá.

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Por isso é importante que as pessoas atingidas sigam participando das atividades, pois a matriz é feita a partir da realidade das comunidades afetadas. É também um instrumento de luta para uma indenização mais adequada e justa.

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Ela será composta por tabelas que serão construídas pelo Guaicuy em conjunto com moradoras e moradores de Curvelo, Pompéu (área 4) e localidades da região do Lago de Três Marias e da Bacia do Paraopeba (área 5).

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Além de citar os danos materiais e imateriais violados pelo desastre, o documento terá a valoração de cada um dos prejuízos que as pessoas relatam, nos diversos contatos com o Guaicuy e com as Instituições de Justiça (Defensoria Pública e Ministério Público de Minas Gerais) que representam as comunidades atingidas no processo coletivo que corre na Justiça contra a Vale.

A Assessoria Técnica e Educacional Meio Ambiente e Barragens (ATEMAB), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), está apoiando o Instituto Guaicuy na tarefa de construir a matriz de danos e de reparação  com as pessoas atingidas das regiões 4 e 5.

Com experiência de mais de 20 anos com pessoas atingidas, a ATEMAB acompanhou a construção da matriz de danos de Barra Longa, uma das cidades afetadas pelo desastre das mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton, em Mariana; trabalhou na elaboração da matriz de Itatiaiuçu, que teve parte da população prejudicada pelas atividades da ArcelorMittal; atuou na Cáritas; e agora está prestando consultoria para o Guaicuy e as comunidades assessoradas pelo instituto. 

Capacitação e análise de dados coletados

Na última semana de fevereiro, a ATEMAB ofereceu, para a equipe Guaicuy, oficinas sobre a matriz de danos, buscando capacitar e atualizar ainda mais os profissionais técnicos da Assessoria Técnica Independente (AIT). 

Nesta segunda-feira (01/03), o instituto encaminhou para análise das consultoras documentos com danos descritos por pessoas atingidas em reuniões, pesquisas, entrevistas e depoimentos, dando mais um passo rumo à reparação integral. É importante destacar que os documentos enviados não expõem dados pessoais, mas apenas os danos que as pessoas apontaram. Além disso, a ATEMAB tem o dever de sigilo em relação às informações compartilhadas.

Desde o início dos trabalhos como Assessoria Técnica Independente (ATI), o instituto vem recolhendo essas informações das pessoas atingidas com o objetivo de gerar evidências para a matriz de danos e provas contra a Vale no processo coletivo.

A partir de agora, a consultoria da ATEMAB vai analisar os instrumentos que já temos para ajudar na sistematização dos dados coletados com as comunidades. Além disso, vai seguir dando apoio na metodologia para levantamento e quantificação dos prejuízos e na construção do próprio documento da matriz de danos. 

A ATEMAB é mais uma parceira na construção de uma matriz de danos mais qualificada, mas a elaboração da matriz só será possível com a participação das pessoas atingidas, em conjunto com o Instituto Guaicuy.