O novo volume da revista “Ciência e Cultura”, publicação da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), traz um artigo de Marcus Vinicius Polignano, coordenador do Projeto Manuelzão e Rodrigo Lemos, coordenador de análise ambiental do Instituto Guaicuy. O trabalho debate questões relacionadas aos impactos ambientais do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2019.
Na publicação, Polignano e Lemos apresentam uma abordagem ecossistêmica e transdisciplinar do colapso da estrutura minerária. Discutem também as consequências ambientais, sociais, econômicas e na saúde das comunidades atingidas pelo rompimento, com foco na bacia do rio Paraopeba.
Como apontam Polignano e Lemos, o rompimento da barragem agravou e intensificou um processo de degradação ambiental que já ocorria na bacia do rio Paraopeba e que tem comprometido a qualidade e a quantidade das águas. O rio Paraopeba é um dos mais importantes tributários do rio São Francisco, com aproximadamente 510 quilômetros de extensão, desde a nascente até a foz, no lago da represa de Três Marias.
“É fundamental compreender que um desastre dessa dimensão não pode ser mensurado apenas pelos danos locais, dados pontuais e temáticos. O impacto gerado pelo rompimento da barragem da empresa Vale é complexo e dinâmico, pois interfere de forma sistêmica e sinérgica ao mesmo tempo em relações ambientais, sociais e econômicas ao longo de toda a bacia do rio Paraopeba. O impacto global é bem maior e mais complexo que a simples soma das partes”, argumentam os autores na publicação.
O volume 72 da Revista Ciência e Cultura é um dossiê sobre Brumadinho e compila artigos inéditos de mais de 20 pesquisadores brasileiros que versam sobre os impactos socioambientais do desastre.
Leia o artigo na íntegra através desse link. O volume 72 da Revista Ciência e Cultura da SBPC pode ser acessada aqui.
Excelente artigo, muito esclarecedor e apresenta muitos subsídios para apoiar os atingidos na busca pela reparação.