A mobilização popular faz parte da campanha “Tira o pé da minha serra”, que teve a segunda temporada lançada este mês
Desde dezembro de 2022, por determinação da Justiça Federal, estão suspensas todas as atividades de mineração na Serra do Curral. No entanto, a paralisação das atividades não garante o tombamento integral da Serra. Por isso, a população de Belo Horizonte deu início à segunda temporada da campanha “Tira o pé da minha serra”, que foi lançada na última segunda-feira (13/02).
A campanha “Tira o pé da minha serra” reúne ambientalistas, ativistas, artistas e parlamentares engajados nas ações em defesa da Serra do Curral. O local é considerado um cartão-postal de Belo Horizonte, além de ser uma riqueza do patrimônio geológico e cultural de toda região metropolitana da capital mineira.
Este ano, durante o lançamento da campanha, a principal reivindicação foi para que o governador Romeu Zema anule as autorizações para mineração na Serra do Curral. Isso porque, decisões anteriores, como a do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em agosto de 2022, também suspenderam atividades da mineradora, a exemplo da empresa Tamisa, e, mesmo assim, não houve qualquer garantia de que a serra seja tombada integralmente.
Os integrantes do “Tira o pé da minha serra” atribuem à mobilização social vitórias como a decisão da Justiça Federal que suspendeu a instalação do complexo minerário da Taquaril Mineração S.A. (Tamisa) e a interrupção das atividades de minerações irregulares praticadas pelas empresas Gute e Fleurs.
No caso da empresa Tamisa, ao suspender a instalação do complexo minerário da empresa, o Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) entendeu que o empreendimento afeta a comunidade quilombola Manzo Ngunzo Kaiango.
Localizado em Belo Horizonte, o Manzo Ngunzo Kaiango é uma comunidade reconhecida pela Fundação Cultural Palmares desde 2007. No local moram quase 200 pessoas, divididas em 37 famílias. Em 2017, a comunidade quilombola foi registrada como Patrimônio Cultural Imaterial da cidade.