Novo Boletim elaborado pela equipe de Saúde e Assistência Social (SAS) do Instituto Guaicuy traz informações sobre Segurança Alimentar e Nutricional (SAN)
A 5ª publicação da série, que reúne dados e indicações sobre assuntos importantes para as pessoas atingidas, fala sobre alimentação, que é um direito fundamental do ser humano e foi impactada pelo rompimento da barragem.
Para se ter segurança alimentar e nutricional é necessário ter acesso de forma regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades básicas essenciais, como moradia, educação, saúde e lazer. Entretanto, após o rompimento as pessoas atingidas relatam piora da alimentação e dificuldades para produção e compra de alimentos.
Além disso, várias famílias passaram a ter desconfiança na comida que consomem com medo da contaminação dos alimentos e da água, por vezes tiveram que substituir os alimentos produzidos em casa ou na comunidade, que faziam parte da sua cultura alimentar, por outros tipos de alimentos.
A Pesquisa Domiciliar, realizada pelo Guaicuy entre novembro de 2021 e janeiro de 2022, indica que na Região 4, mais da metade dos domicílios sofreram mudanças nos hábitos alimentares após o desastre-crime. Em 23,5% dos domicílios essa mudança correspondeu a uma piora muito significativa. Na Região 5 o levantamento mostra que 1 a cada 5 domicílios sofreu piora na qualidade da alimentação.
Com a grande quantidade de rejeitos no rio Paraopeba há falta de água para agricultura, cuidado de animais e queda expressiva nas atividades de pesca. A pandemia é ainda um agravante nesse cenário, tendo afetado a disponibilidade de alimentos e a alta dos preços.
Em caso de dificuldades de acesso a alimentos, é possível procurar o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município e pedir informações sobre benefícios assistenciais. A equipe de acolhimento psicossocial do Instituto Guaicuy também está à disposição para explicar e tirar possíveis dúvidas.