Com o objetivo de identificar os impactos do rompimento da barragem da Vale S.A, ocorrido em janeiro de 2019, em Brumadinho, o Guaicuy vem realizando pesquisas no baixo Paraopeba e na região dos municípios ao redor da represa de Três Marias.
Um dos estudos são as análises independentes de água subterrânea, solos, sedimentos e organismos aquáticos realizadas pela equipe Ambiental. Foram identificadas quantidades alteradas de metais e outros contaminantes, e os resultados auxiliarão no desenvolvimento de pesquisas futuras sobre a qualidade das águas nas comunidades atingidas.
Análises das águas de Pompéu e Curvelo: entenda os resultados
Em fevereiro de 2022, período em que Minas Gerais vivenciou grandes chuvas, foram realizadas coletas de água em sete pontos das regiões de Pompéu e Curvelo. Em todos os pontos foram identificadas alterações na água, com indicação de parâmetros que estavam acima do limite permitido pela legislação ambiental. Os metais alumínio, manganês e ferro, por exemplo, estavam acima do limite em vários locais.
Ao mesmo tempo, foram identificadas alterações no oxigênio, cor da água e presença de bactérias que podem estar relacionadas ao lançamento de esgoto e de fezes animais e humanas na água.
Após as análises relacionadas às chuvas de fevereiro deste ano, a equipe ambiental realizou rodas de conversas nas comunidades para apresentar os resultados deste estudo e, também, os resultados das análises ambientais realizadas em 2021.
- Em alguns meses, quase não encontramos alterações. Isso quer dizer que o Rio está se livrando dos contaminantes?
É importante esclarecer que no período de seca, a água do rio corre menos, e os materiais, incluindo os metais, ficam depositados no fundo, podendo não ser detectados nas análises – o que não significa que o rio está livre de contaminantes. Com a volta das chuvas, o sedimento é remexido e, se houver algum contaminante, eles voltam a se misturar com a água. Por isso, é importante realizar a coleta durante os períodos de seca e cheia.
- Posso fazer uso da água para nadar, pescar e irrigar?
O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), órgão responsável pelas regras de uso das águas junto ao estado de Minas Gerais, recomenda não utilizar a água do rio Paraopeba para nenhuma finalidade. A recomendação é válida para a área que vai de Brumadinho até a represa de Retiro Baixo, incluindo os municípios de Pompéu e Curvelo.
Quer saber mais?
Acesse também o texto que nossa equipe de Saúde publicou em abril, no site do Guaicuy, sobre a relação dessas alterações com a saúde humana: Conheça as substâncias encontradas nas análises e a relação com sua saúde