Cartas de Luta #1 – Comunidade Indígena Kaxixó

Hoje, dia 25 de janeiro de 2022, completam-se três anos de um dos piores crimes da história do Brasil. 12,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério da Vale S.A. invadiram casas, terrenos, sonhos e mataram 272 pessoas. O rompimento da barragem atingiu de diferentes formas comunidades ao longo da Bacia do Paraopeba e da região do Lago de Três Marias, causando diversos danos ambientais e sociais.

Para contar um pouco dessa história, pessoas que vivem nas atingidas assessoradas pelo Guaicuy escreveram Cartas de Luta sobre o que vivem desde que o rompimento.

Cartas de Luta #1 – Comunidade Indígena Kaxixó


O que afeta nossa comunidade causando muitos danos, com suas irresponsabilidades e indiferenças, são os impactos no rio Pará. Porque com as enchentes os peixes podem se contaminar e trazer doenças para nós que consumimos os peixes com muita frequência. Pedimos que façam uma análise dos peixes, assim como fizeram da água, porque peixe não tem barreira, ele circula em todo local, ainda mais com essa enchente forte. Pode ter levantado os resíduos do rio Paraopeba, que deságua no Rio São Francisco, e os peixes contaminados podem vir para o rio Pará onde nós consumimos eles.

Pedimos às autoridades, às ONGs que agem em favor dos que pedem pelas vidas e meio ambiente, porque as vidas que já perderam já são mais que suficiente para o descaso dessa Vale.

Comunidade Indígena Kaxixó
Martinho Campos (MG)

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